|Album Review| - Os Alabama Shakes e a sua capacidade de serem intemporais
Alabama Shakes - Sound & Color
8,5/10
Os Alabama Shakes
são uma banda natural de Athens, Alabama, que em 2013 teve 3 nomeações nos
Grammy Awards: Best New Artist, Best Rock Performance (para "Hold
On") e Best Recording Package. A banda de roots rock acabou por não conquistar nenhum galardão, mas fixou-se
no mapa do rock e do blues americano. Passados 3 anos desde o
lançamento do primeiro álbum (intitulado Boys & Girls), os Alabama Shakes
editaram o seu segundo longa duração, denominado Sound & Color, que mantém
a mesma base musical que o seu antecessor.
O que aconteceu aos
Alabama Shakes neste três anos foi um refinamento do seu som. Os Alabama Shakes
já não são apenas a banda que resgatou o roots rock e que deixou a sua
vocalista Brittany Howard brilhar. Os americanos estenderam o seu som até atingir os mundos
da americana e do indie, fazendo com que sejam uma das
presenças mais desejadas pelo público e pelos media em qualquer festival de renome.
Neste álbum, não
encontramos a voz tão rouca e pura com que Brittany se apresentou em 2012, mas
encontramos uma contenção brilhante que nos leva a outro patamar sempre que
Brittany Howard atinge as notas mais altas.
A estrutura do
álbum está de tal forma bem desenhada que a primeira música é das mais
cativantes de todo o trabalho dos americanos. Esta faixa que dá nome ao álbum,
apresenta uma sonoridade que se distingue do que conhecemos dos Alabama Shakes
e nos envolve numa dimensão com uma carga mais emocional e de refleção. De
facto, todas as cinco primeiras músicas são de um impacto soberbo: os singles
“Don’t Wanna Fight”, “Future People” e “Gimme All Your Love” juntam-se à já
referida “Sound & Color” e à música em que Brittany teme a perda da sua
lucidez “Dunes”. Continuamos a ouvir o álbum e depois de uma menos poderosa
“This Felling” (com alguns elementos que remetem para o lo-fi), encontramos uma mágica “Guess Who” que antecede uma das
mais cruas músicas de Sound & Color: “The Greatest” é uma música que parece
estar a ser tocada ao vivo e onde ouvimos o típico "one, two, three, four" que
inicia a música. Esta música tem também partes de uma contenção musical, sendo
um perfeito exemplo do balanço que os Alabama Shakes atingem neste álbum.
Segue-lhe uma menos destacável “Shoegaze” e depois atinge-se a saudade, que
nesta faixa não é apenas portuguesa, em “Miss You”, outro ato genial de mistura
entre a música crua e a composição orquestral. Por fim, “Gemini” dá-nos outra
faceta dos Alabama Shakes com as guitarras a evocar uma sonoridade de noise
rock, para acabar numa balançada “Over My Head”. Nós aqui garantimos, que este
álbum não está acima das possibilidades de Brittany nem dos Alabama Shakes.
Texto: Eduardo Antunes
Texto: Eduardo Antunes
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